Em tempos de paz social e conformidade, não há melhor resposta do que a ação. Um estímulo, uma continuidade e uma sacudida para acordar aqueles que dormem.
Atuar por iniciativa própria quebra a comfirmadade e a inação e inflama aquelxs cujo sangue ferve.
A práxis anárquica do ataque deve ser o estímulo básico da anarquia, caso contrário é umx mortx. Ação é necessária para nos tornar vivxs nas formas que consideramos oportunas, removidas de todos os programas, estruturas hierárquica e vertical. Muitas práticas revolucionárias fazem parte de um anarquismo nas suas entranhas.
Decidimos levar nossas vidas em nossas próprias mãos, rompendo a paz opressiva que nos rodeia.
Na noite de 06 pra 07 de dezembro, colocamos uma garrafa de aço contendo 1,6 kg de explosivos fora do quartel da carabinieri no distrito de San Giovanni, em Roma.
Nossas atenções voltaram-se para os principais guardiões da ordem mortal do capitalismo: a polícia. Sem eles, os privilégios, a arrogância e a riqueza acumulada pelos proprietários não seriam nada. Porque eles sempre tiveram a função de reprimir, encarcerar, deportar, torturar e matar aqueles que, por escolha ou necessidade, se encontram fora de suas leis.
A luta contra o estado não é simples e não pode ser reduzida a fórmulas mágicas. Mas os objetivos estão lá e você nem sempre pode fazer teorias e falar de conveniência. Todx indivídux livre por vontade e necessidade coloca a teoria em ação, aqui e agora. Não há delegação na luta pela liberdade.
O que teria sido nesses anos se uma minoria incendiária não tivesse apanhado a tocha da anarquia? Se essxs companheirxs esperassem tempos melhores? O presidente da Comissão Européia, cujo natal foi arruinado, sabe algo sobre isso. Ele sabe algo sobre o vampiro da Equitalia e foi mutilado por uma das suas garras.* O feiticeiro de Ansaldo Nuclear deve ter sentido o calor da tocha da anarquia nas pernas.**
Hoje tomamos a tocha da anarquia, amanhã será outra pessoa. Enquanto você não desligar!
Quem quer assistir continuará a assistir. Quem quer justificar politicamente, não agir continuará a não fazê-lo. Não esperamos nenhum trem de esperança, não aguardamos momentos melhores. As condições se movem com o confronto. O movimento é como se atuasse, caso contrário, permanece imóvel. A libertação dx indivídux da autoridade e da exploração é realizada por aquelxs diretamente envolvidxs.
No entanto, aquelxs que atacam são impulsionadxs por um impulso contagioso. Isso significa propaganda da ação.
Contra policiais, políticos e seus ladrões. Contra os engenheiros da ciência e da indústria. Contra todos os mestres, mas também contra todos os servos. Contra as fileiras de cidadãos honestos da sociedade prisional.
Não estamos interessadxs em perder tempo e energia na crítica dos reformistas… Embora não nos consideremos uma minoria elitista, como anarquistas, temos nossas ações e nossas demandas. Nossa propaganda. Todx indivídux e grupo de afinidade desenvolve e intensifica suas experiências na união fraterna. Sem especialização e sem querer impor um método. Deixa cada umx encontrar o caminho através da ação. A organização hierárquica estruturada além de matar a liberdade dxs indivíduxs também é mais vulnerável à reação da opressão.
A organização anarquista informal é o instrumento que consideramos mais apropriado neste momento, para essa ação específica, porque nos permite manter nossa individualidade irredutível, o diálogo com outrxs rebeldes através da reivindicação de responsabilidade e, finalmente, a propaganda transmitida pelo eco da explosão.
Não se destina a ser uma ferramenta absoluta e definitiva.
Um grupo de ação é criado e desenvolvido através do conhecimento, através da confiança. Mas outros grupos e indivíduxs podem compartilhar, até temporariamente, um projeto, um debate, sem se conhecer pessoalmente. Elxs se comunicam diretamente através da ação.
A ação destrutiva direta é a resposta lógica à repressão. Mas não apenas. A praxis anarquista também é um avivamento, uma proposta que vai além da solidariedade, quebrando a espiral da repressão-ação-repressão. As ações de solidariedade são impotentes, mas não podemos limitar-nos à crítica, por mais armada que seja, de alguma operação opressiva ou processo.
Xs companheirxs presxs fazem parte da luta, elxs nos dão um lado e nos dão força. Mas é necessário agir e organizar. O avanço do desenvolvimento tecnológico, as políticas de controle e repressão não proporcionam muito espaço para avaliação sobre o que fazer. A vida e a repressão na metrópole estão sendo redesenhadas. Movendo e atuando pode se tornar cada vez mais complicado.
Ao contrário dos “choques” frequentemente anunciados por um certo antagonismo, a imprevisibilidade é a melhor arma contra a sociedade de controle. Acerte onde eles não esperam você. Hoje, atingimos o coração da capital militarizada para desafiar os delírios da segurança. Amanhã, quem sabe, talvez nos subúrbios onde você menos espera. Nós não fazemos tréguas, escolhemos nossos próprios tempos. Este sempre foi o princípio da guerrilha metropolitana. Com a diferença de que a célula de conspiração informal não conhece hierarquias ou direções estratégicas. E é por isso que é ainda menos previsível.
O Estado italiano está na vanguarda das políticas repressivas e militares. Por localização geográfica, muitas vezes é chamado a fazer o trabalho sujo para defender as fronteiras da Fortaleza da Europa.
Os últimos acordos entre o ministro Minniti*** com os sangrentos coronéis líbios são evidências recentes. Alcançando o número de escravxs necessárixs, “vamos aproveitá-los em casa”, bem como permanecer popular ainda é uma boa pechincha.
Na noite passada, trouxemos a guerra para a casa do ministro Minniti. Os que estão de uniforme que são diretamente responsáveis, os que obedecem, mantendo o silêncio e silenciando aquelxs que não o fazem. Eles receberam um pequeno gosto do que eles merecem.
Com esta ação, lançamos uma campanha internacional contra os representantes, estruturas e meios de repressão. Qualquer pessoa pode contribuir com esta campanha usando quaisquer ferramentas que considerem mais apropriadas.
Célula Santiago Maldonado
Federação Anarquista Informal-Frente Revolucionária Internacional
Dedicamos essa ação ao companheiro anarquista sequestrado e morto pelos capangas da Benetton na Argentina. Que venha o dia em que os opressores finalmente desaparecerão da face da Terra.
*refere-se a uma carta-bomba enviada em 2003 por uma célula da FAI-FRI para o lar do presidente da Comissão Europeia, Romano Prodi. Prodi abriu o pacote em sua casa, mas a explosão subsequente não resultou em ferimentos graves.
**refere-se ao ataque de 2012 contra o presidente-executivo da Ansaldo Nuclear, Roberto Adinolfi, pela Célula Olga FAI-FRI, no qual Andinolfi estava de joelho.
***Marco Minniti, ministro do Interior.
[translation by Turba Negra]